sexta-feira, 8 de abril de 2011

Encontro com o Embaixador do Brasil no Peru

O encontro com o Embaixador do Brasil, Jorge D'Escragnolle Taunay, foi um dos momentos mais divertidos e descontraídos de minha viagem ao Peru. O momento que, em tese, deveria ser o mais protocolar, foi extremamente espontâneo.

Em Lima é sempre aconselhável sair bem cedo para os compromissos porque o trânsito é infernal, com uma quantidade impressionante de taxi. Devem ter 10 taxis para cada habitante de Lima. Ser um taxista em Lima deve ser como resolver cursar Direito quando não se sabe o que fazer.

Hoje, felizmente, o trânsito estava muito bom e pude ir à Embaixada tranquilamente, chegando, inclusive, adiantado. A Embaixada do Brasil no Peru é situada em Miraflores, uma das melhores regiões de Lima, num belíssimo prédio, com uma excelente estrutura.

No horário marcado, exatamente às 12 horas, fui chamado à sala do Embaixador. Recepcionado na porta pelo próprio Embaixador, sem protocolo, me pediu para sentar e aguardar, pois ele precisava passar um telegrama urgente ao Brasil. Disse que era para aproveitar e participar da discussão. O telegrama se referia a informações sobre as eleições do Peru. O teor que foi passado, que inclusive foi lido em voz alta, não seria ético fazer a divulgação neste site.

Após o término da redação do texto, sentamos eu, o Embaixador e o Secretário Cesar Bonamigo.

Botafoguense roxo, o Embaixador mantém uma faixa de seu time sobre a bandeira da Embaixada situada em sua sala, entre as bandeiras do Peru e do Brasil. Disse que não tem problema a faixa, pois como a bandeira é do Embaixador, ela também é botafoguense.  

Iniciamos nossa conversa falando sobre os candidatos e as chances de cada um. Para o Embaixador, no Peru, é possível verificar a tendência política e econômica de cada um dos candidatos. Narrou que o Brasil, por meio da Embaixada, mantém um excelente relacionamento com todos eles e que, em hipótese alguma, faz qualquer intervenção ou manifestação de preferência nas eleições.

Disse a ele que, por mais de uma, vez vi candidatos se referindo ao Brasil de forma positiva e ressaltando o fato positivo de haver parcerias econômicas com o Brasil e que nas ruas percebo que o Brasil é muito bem visto. Ele concordou e disse, inclusive, que há pesquisas que mostram a aceitabilidade do Brasil no Peru.

O Embaixador relatou um fato extremamente importante para nosso estudo. Nas últimas eleições municipais os resultados oficiais demoraram meses, pois havia uma série de formalidades na ata de votação que, quando não cumpridas, eram impugnadas. Com isso, 80% das atas foram impugnadas no país. Mas ele também disse que parece este problema que foi solucionado pelo JNE e que nestas eleições o resultado deve ser mais rápido.

Fez uma afirmação extremamente positiva: que a estrutura montada nestas eleições impedirá a ocorrência de fraude.

Indaguei sobre o papel da mídia na eleição e na influência do eleitor. Sua resposta foi surpreendente para mim. Disse o Embaixador que a mídia no Peru se posiciona e defende determinados candidatos. Ou seja, tem influência no eleitor. Contudo, como toda a mídia se manifesta, as forças se equivalem e, desta forma, não há um desequilíbrio no pleito eleitoral.

Refleti muito sobre a informação que foi dada e faço a seguinte indagação: o que é pior, uma mídia que se diz independente, neutra e influência subliminarmente um eleitor, ou aquela que se posiciona e permite o eleitor escolher?

Ao final, após uma foto tradicional, o Embaixador me convidou para um jantar em sua casa, na quinta-feira que vem. Infelizmente não poderei estar presente, pois, além de retornar ao Brasil no dia 12 de abril (terça-feira), tenho compromissos acadêmicos na semana e familiares no final de semana.

Então o Embaixador me convidou para outra conversa, desta vez após as eleições, na segunda-feira, onde poderemos analisar junto o resultado da eleição.

Já estou ansioso!

Um comentário:

  1. Wanderson, só uma pequena precisão: o nome do atual Embaixador do Brasil em Lima é Jorge D'Escragnolle Taunay. O Embaixador Taunay deve ficar no cargo até meados de junho, quando será substituído pelo Embaixador Carlos Alfredo Lazary Teixeira, que você mencionou.
    Abraço
    César Bonamigo

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