terça-feira, 5 de abril de 2011

A Chegada...

Vim para Lima em um vôo promocional da Copa Air Line. Muito ruim. Não aconselho a ninguém. Da cidade de Lima eu só conhecia o aeroporto quando, indo para Punta Cana, fiz escala uma escala aqui e fiquei algumas horas. Naquela oportunidade vim de LAN – muito melhor que a Copa.

Portanto, se você quer vir para Lima pagando pouco e não se incomodando com o conforto, Copa Air Line é a solução. Mas se você fizer questão de um mínimo de conforto, aconselho não vir de Copa.

Na chegada ao aeroporto de Lima já fui puxando papo com o “povo”.  Primeiramente com a menina da casa de câmbio do aeroporto, mas ela não deu conversa; em segundo, uma funcionária de uma empresa de taxi (40 Dólares até o hotel – muito caso para Lima), mas ela só disse que as coisas estão complicadas. Ela estava mais preocupada em me despachar do que perder tempo com um brasileiro empolgado falando portunhol.

Com o Taxista, chamado Salinas, a conversa fluiu melhor, principalmente porque ele não sabia onde ficava o hotel e deu muita volta até chegar. Primeiramente expliquei que Salinas é uma famosa cidade brasileira e que fazia a melhor cachaça – também tive que explicar o que era a cachaça. Depois comecei a fazer várias perguntas sobre as eleições. A sua resposta foi a mesma dada pela funcionária que me recepcionou na empresa de Taxi: “Está muito complicado”. Indaguei porque estavam complicadas e ele me explicou que existem vários candidatos e 5 destes estão muito fortes.

A existência de 5 candidatos com chance de vencer uma eleição é fruto da característica do registro de candidatura presente na Legislação Peruana. Qualquer um que quiser ser candidato pode sê-lo. Não precisa de partido. Basta conseguir o apoiamento de 4% do eleitorado. Verifica-se que o Peru optou uma eleição menos partidária e mais personalizada, mas com muito mais legitimidade. Sobre estas e outras características da Legislação Peruana, postarei maiores detalhes no decorrer da semana.

Reparei que as ruas são tomadas com outdoor, faixas, banners , cartaz e demais engenhos publicitários que causam muita poluição visual. Indaguei sobre esta poluição e o taxista Salinas disse que depois das eleições os candidatos devem limpar tudo, caso contrário, tomam multa. Nas regiões mais nobres, como a que estou, não existe propaganda eleitoral. É proibida!

Perguntei se existe compra de votos aqui no Peru. Achei interessante a resposta dada pelo taxista, pois para ele seria uma coisa muito normal, mas que abrangeria apenas a população mais pobre. Ele disse que a compra de voto não é feita com dinheiro, mas sim troca por alimento. Salinas disse que é proibido, mas todos sabem que acontece e ninguém é punido. Esta última resposta foi a mesma dada por um livreiro na cidade de Buenos Ayres, quando lá estive no final do ano de 2010.

 Vejo que, neste aspecto, - compra de votos -, nós brasileiros estamos muito adiante de nossos vizinhos, pois conseguimos punir com efetividade os candidatos pegos comprando voto do eleitor. Quando ouvi as palavras do taxista sobre a compra de voto, lembrei-me de uma passagem no livro de Fernando Morais chamado “Chatô o Rei do Brasil”, onde fica evidente que antes do Estado Novo a fraude eleitoral era aceita, desde que não fosse demais.

Em uma primeira vista, pude perceber que a televisão – principalmente o Canal 8 – faz uma excelente cobertura sobre as eleições. Não consegui verificar ainda se há influência determinante da mídia. Mas, quando almocei num restaurante perto do Hotel vi que os Peruanos ficam vidrados mesmo nos jogos da Champions League.

Em falar em restaurante, daqui a pouco vou conhecer um dos mais famosos restaurantes de Lima, o “Astrid y Gastón”. Consegui uma reserva pra hoje mesmo! Mais tarde eu conto...  

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