quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Comprei diploma, sou analfabeto, mas sei trabalhar"

Este é um dos processos eleitorais mais curiosos que já vi e que dentro de alguns dias deverá ser julgado no TRE/MG

Excelente matéria no IG da Jornalista Denise Motta!


"Comprei diploma, sou analfabeto, mas sei trabalhar"

Durante aniversário da cidade de Dom Cavati, prefeito disse que não sabe ler nem escrever. Agora, adversário quer cassar o mandato

Denise Motta, iG Minas Gerais | 12/04/2011 17:17


Com pouco mais de 5 mil habitantes, a pequena cidade de Dom Cavati, a 270 quilômetros de Belo Horizonte, vive um momento de indefinição política. O prefeito Jair Vieira (DEM) está sendo acusado por seu adversário político de ter comprado seu diploma escolar. Em uma festa na cidade, em 2010, Vieira inflamou as suspeitas de fraude, ao dizer que "é analfabeto, mãs sabe trabalhar".

“Olha minha gente, eu sou uma pessoa, comprei um diploma, eles me deram o maior trabalho. Sou analfabeto, mas sei trabalhar”, disse o prefeito na comemoração do aniversário da cidade, em março de 2010. O vídeo com as declarações de Vieira está na rede há um ano, mas só veio à tona nesta semana.
A eleição municipal para prefeito em 2008 terminou empatada entre Jair Vieira (DEM) e Pedro Eusébio Sobrinho (PT). Cada um deles obteve 1.919 votos. Conforme prevê a lei eleitoral, foi utilizado o critério de idade para desempatar. Jair Vieira, hoje com 75 anos, assumiu o posto e desbancou o então prefeito que tentou a reeleição, com 45 anos atualmente.
Pedro Sobrinho, derrotado na disputa, não desistiu de assumir a prefeitura de Dom Cavati e acionou a Justiça Eleitoral, depois que Vieira declarou em março do ano passado, em evento de aniversário da cidade, que comprou o diploma escolar. “Ele nunca governou por não saber ler. Ninguém nunca viu ele lendo, ele não tem vocação administrativa”, acusa Pedro Sobrinho.
O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) deve julgar o caso no primeiro semestre deste ano. Jair Vieira, citado em mais de 20 processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi procurado diversas vezes pelo iG, mas não foi encontrado para se manifestar sobre o assunto. A advogada dele, Loyanna Andrade, foi localizada, mas disse que não poderia se pronunciar sobre o caso sem autorização do prefeito.

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