Hoje foi um dia muito interessante em Lima. Depois de ter um excelente encontro com o Embaixador do Brasil no Peru, sua Excelência Carlos Alfredo Lazary Teixeira, fui conhecer as principais Faculdades de Direito.
Indo para as Universidades, fui surpreendido por uma forte neblina que surgiu na Cidade. Apesar de Lima estar muito próxima a linha do equador, aqui não faz tanto calor devido a corrente de Humboldt, que tem origem na Antártida, e da proximidade das montanhas tropicais. O tempo aqui é sempre nublado, mas não chove.
No caminho ainda pude conhecer a Igreja La Cupula de Magdalena del Mar, construída à cerca de 150 anos. Muito bonita!
Inicialmente fui à Universidade Pública que, pela imagem externa, está em péssimas condições. De acordo com o taxista, no Peru as melhores Universidades são as privadas. Não há investimento do Estado na Universidade Pública. De qualquer forma, não pude entrar porque a Universidade está sendo preparada para a eleição de Domingo. Fui pra PUC.
O Exterior do campus da PUC é muito imponente e de fazer inveja nas PUCs brasileiras. Tive um pouco de dificuldade pra entrar, porque o porteiro disse que eu só podia entrar com um aluno ou, então, que eu tenha uma autorização pra entrar. Como eu poderia ter uma autorização sem entrar e pedir uma? Com muito custo o porteiro entendeu que se eu não entrasse pra pegar a autorização pra entrar, era impossível entrar. Entrei!
Me dirigi primeiramente a uma atendente, com cara que queria ser funcionária da Universidade Pública para não ter que trabalhar no dia de hoje. Ela, sem me explicar o que estava acontecendo, ligou para a Faculdade de Direito e me passou o telefone (ainda sem explicar o que estava acontecendo, muito menos com quem eu iria falar). Falei com uma funcionária da Faculdade de Direito, expliquei toda a situação e ela disse para entrar e me dirigir à sala do Sr. Jaime Peña, Administrador da Faculdade de Direito.
No caminho, mais uma vez passei perto do porteiro, ele olhou pra mim e eu disse que tinha a autorização pra entrar. O mais engraçado é que eu não tinha papel algum.
No caminho, vi dentro do Campus da Universidade a escavação de uma pirâmide, possivelmente pré-inca. Muito bacana! Outra coisa que me chamou a atenção é a quantidade de alunos deitados na grama, enquanto outros pulavam corda!
Fui recebido pelo Administrador da Faculdade de Direito, Sr. Jaime Peña Flórez, que pediu que a Sra. Milagros Pérez-Palma Garreta me apresentasse toda a estrutura da Faculdade. Esta, inclusive, fez uma pós-graduação da USP e adora o Brasil.
O primeiro lugar que conhecemos foi o belíssimo Anfiteatro da Faculdade, Mons. José Dammert Bellido. Uma excelente estrutura e muito confortável.
Em seguida fomos ao Ius Et Veritas, uma das 6 associações de estudantes da Faculdade de Direito da PUC, que organiza seminários e outros eventos na Faculdade e, ainda, Publica uma Revista. Lá conheci a aluno Rafael Ortiz, Diretor de Vendas, e Katty Medina Cana. Ganhei uma revista!
Depois quase passamos direto por uma sala com o nome de Centro Federado de Estudantes de Direito, mas a Sra. Milagros não quis que eu fosse lá, pois não era importante pra mim. Insisti e ela teve que me levar. Lá encontrei a turma do Movimento Estudantil. Veja pela foto que eles têm cara de baderneiros. Fui entrando na sala e perguntando se eles eram comunistas. Disseram que não e que as pessoas acham que só porque representam os alunos têm que ser de esquerda e comunista. Explicaram-me a grande importância do trabalho deles, mas a Sra. Milagros estava impaciente com medo de começarem a falar os problemas da Faculdade. Disse a eles que no Brasil é legal ser de esquerda, pois para o brasileiro ser de esquerda é ser uma pessoa bondosa. Neste momento cedi à impaciência da Sra. Milagros.
Depois fomos ao Prejección Social de Derecho. É a assistência judiciária da PUC. Achei muito interessante este lugar que, além de atuar juridicamente, tem um importante trabalho de conscientização da população acerca de seus direitos e como se incluir na sociedade. Na seara eleitoral, ensinam à população carente como votar, ou seja, como utilizar a cédula eleitoral. Perguntei se eles fazem um trabalho de conscientização da população para não vender o voto. Disseram que não, pois não podem interferir de qualquer forma na vontade do eleitor.
Mais uma vez vi muita diferença do Peru com o Brasil no aspecto da compra de voto. Enquanto no Brasil o poder público e a sociedade civil têm uma campanha forte para o eleitor não vender o voto, no Peru a compra de voto, apesar de existir, não está na pauta qualquer campanha publicitária para coibi-lo.
As salas de aula também possuem uma boa estrutura. É interessante que no Peru os alunos fazem 2 anos básicos e com matérias gerais e nos 4 anos seguintes se especializam em uma disciplina e, desta forma, fazem matérias específicas. Um total de 6 anos. Foi-me explicado que recentemente a PUC passou por uma reforma que incluiu disciplinas práticas, como, por exemplo, uma que ensina o estudante a falar e se portar em público. A idéia central desta reforma é sair um pouco da sala de aula e da biblioteca, preparando o estudante para a sociedade. Achei isso muito interessante e um avanço educacional.
Depois fomos a mais um anfiteatro. Muito bonito, mas não tão luxuoso quanto o primeiro.
Por fim, no belíssimo auditório da Faculdade de Direito. Ressalto que toda esta estrutura é somente da Faculdade de Direito. Cada curso da Universidade tem uma estrutura semelhante. E para manter isso, pelo naipe dos carros que vi no estacionamento, a mensalidade não deve ser barata.
Mais ainda recebi alguns brindes e um grande elogio: que meu espanhol é muito bom! Ganó el día!!!!
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